Tom: G
E B7
Repousa o corpo tranqüilo,
E
no funeral da coxilha;
terra bordada em flechilha,
B7
é o catre de quem retorna;
a tarde em comprida forma,
E
de guanxumas e alecrins;
B7
não há tristezas nem fins,
E
na morte que o campo adorna!
B7
Não há tristeza no pio,
E
da perdiz siscando a vida;
não há fim quando a partida
B7
vai se tornando chegada;
quem foi de campo e de estrada,
E
não quer melhor companhia;
B7
que o largo das sesmarias,
E E7 Am D G
e o luxo de uma invernada!
G
Morreu num final de tarde,
D
entre pasto rebrotado;
D
Quando uma ponta de gado,
G B7
buscava a paz de algum capão;
B7
A noite acende um clarão,
E
prendendo velas miúdas;
Ab Gbm
em dois olhos de coruja,
B7 E
no castiçal de um moerão!
(Solo)
B7
E o campo todo recebe,
E
corpo e alma em funeral;
se tornará cinza e sal,
B7
fundida com terra e água;
e o choro da madrugada,
E
que entre seus pêlos entranha;
B7
da brilho a teia da aranha,
E
na macega, deu pousada!
B7
Por isso que minha gente,
E
jamais enterra um cavalo;
o campo sabe cuidá-lo,
B7
quando pra nós tudo encerra;
a natureza não erra,
E
ressucita na coxilha;
B7
nas flores da maçanilha,
E
graça e força sobre a terra!
G
Morreu num final de tarde,
D
entre pasto rebrotado;
D
Quando uma ponta de gado,
G B7
buscava a paz de algum capão;
B7
A noite acende um clarão,
E
prendendo velas miúdas;
Ab Gbm
em dois olhos de coruja,
B7 E
no castiçal de um moerão!